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sexta-feira, 29 de junho de 2012

MEUS PAPOS COM RAUL SEIXAS - 1


Em novembro de 1983 (já fazendo parte do RRC de São Paulo e tendo fundado um fã-clube de Raul em Recife), passo de ônibus em frente ao Ginásio Geraldão, na Imbiribeira - mesmo bairro onde até hoje moro, e a faixa não me deixa dúvidas: "Show de Raul Seixas Sábado". Fico surpreso: Como é que ninguém me disse?! Nada de aviso de Sylvio Passos - mesmo ele tendo meu endereço e telefone. Nada de nenhum orgão da Imprensa - mesmo sendo o meu fã-clube, na época, o único no Nordeste e um dos mais antigos do Brasil.

Mas era muita alegria para pouca revolta, Raul estaria na Terrinha e tudo bem. Caio em campo assim que chego em casa: Corro para o telefone para avisar aos associados. Ainda ganho alguns convites da produção do show (através do futuro amigo e violonista Geraldo Gomes). Era um misto de surpresa e alegria esfuziante. O Maluco Beleza estava na área.

Camiseta que Alexandre Seixas fez e deu para Raul em 1988


Chego no local do show com 3 amigos: um raulseixista, um quase e outro vizinho-penetra (Flávio Pimentel, Marcus Vinicius e Zé Mauro). Flávio já tinha conhecido Raul há poucos minutos e me incentiva para eu fazer o mesmo. Reluto por algum tempo, mas a bendita cerveja me anima a ir até o camarim. O porteiro do show era meu vizinho também e nem quis nossos ingressos (dou para as primeiras pessoas que vi e que tive certeza que iriam entrar). Ao chegar em frente ao camarim quase fomos barrados pelos seguranças da produção. Mas nem vacilo. Olho para minha camiseta com estampa de Raul e solto o blefe: "Somos da produção do show". Antes que o segurança respondesse, vi Raul dizer: "Deixa os meninos entrar". E entramos triunfalmente. Apertamos as mãos, me apresento como Alexandre Cavalcanti, o fundador e presidente do Raul Recife Rock Club. Raul era todo gentileza, convida a gente para sentar enquanto afina a guitarra e faz uma passagem rápida do repertório. Dou a saudação: "Viva a Sociedade Alternativa!" Raul Seixas sorri e agradece: "É isso aí. Legal!" Oferecemos cerveja, ele recusa por ser gelado e o nos oferece água mineral - que aceitamos quando Vinicius filosofa: "Não é todo dia que se toma água com Raul Seixas" (risos gerais). Pegamos autógrafos.

Perguntei por Sylvio Passos (que eu só o conhecia de cartas e telefone) e Raulzito responde: "Olha ele aqui". Deste papo surge o novo nome para meu fã-clube: Raul Rock Club II. Raul sacramenta: "É bom porque um faz a propaganda do outro". Conversamos sobre 3 coisas principalmente: rock, Sociedade Alternativa e comida nordestina: "Muito obrigado, Alexandre, por ter fundado o RRC II". Pergunto por Kika Seixas e ele responde com "ar malicioso": "Não veio, vim solteiro"... Flávio propõe uma troca e Raul Seixas aceita na hora: O óculos escuros dele pelo de Raul. A alegria era demais. O show estava atrasado (já fazia meia hora que a gente estava ali). Acho lúcido dar um tchau até o show. Estávamos na primeira fila e nada do show começar. Alguns perguntavam se ele já tinha chegado: "Estive com ele agorinha", eu explico a todos. Alguém da produção de Raul me chama apressadamente. Raul queria o óculos dele de volta, pois o de Flávio, de tão gasto, não se fixava em seu rosto (estava amarrado até com arame, notei depois). KKKKKKKK. Trocamos - haveriam outras vezes...

*Continua na próxima semana.
                                                                    
Nota: Essa camiseta da foto foi feita e dada por mim ao Raulzito,  em 1988.

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